Sábado, 08 Fevereiro 2020
Mulher baleada pelo
ex-marido “ressuscita” após ter morte cerebral atestada
A história comoveu até a equipe de medicina do
hospital onde a vítima de 29 anos estava internada.
Eram por volta das 11h30min do
sábado (01), quando Baltazar Augusto de
Menezes, 58 anos, ligou para o amigo Elias
Pereira de Melo, 46. Ele informava que iria até a casa dele, pois precisava
falar com a ex-namorada. Karina Souto
Rocha, 29 anos, já estava por lá.
Elias era amigo do casal de longa
data e sabia da separação, que já durava um mês. Mas aceitou a visita do amigo
sem saber que sua casa, no Bairro Santa Mônica, em Nova Xavantina (650 km de
Cuiabá), seria o palco de uma tragédia.
O encontro levou a uma briga do
casal e ao menos cinco tiros foram disparados: três em Karina, um no chão e um
de Baltazar em si mesmo.
Mas o que seria mais um caso de
feminicídio, dentro dos índices já alarmantes de Mato Grosso, se transformou em
uma história de recomeço.
De uma forma inexplicável, após
ter a morte cerebral declarada, Karina reagiu exatamente no momento em que os aparelhos
que a mantinham viva seriam desligados.
Elias estava fechando sua loja,
quando recebeu a ligação de Baltazar. Karina já estava na casa do amigo, que
fica próxima a uma praia de água doce da cidade.
Na praia há um restaurante, e
quando Baltazar chegou, Elias pediu que o dono do estabelecimento, que estava
próximo à sua casa, servisse uma cerveja. O amigo bebeu duas garrafas pequenas.
“Baltazar estava insistindo para
Karina voltar com ele. E ela falou que não, que já tinha 4 anos que estava com
ele e ele nunca quis assumi-la. Então, agora ela queria mudar de vida, queria
outras opções”. Ela, inclusive, já estava com outra pessoa, fato que o ex não
aceitava.
A discussão entre eles, durante o
encontro, ainda agravou com pedidos mútuos de devoluções de presentes que eles
haviam se dado quando ainda estavam juntos.
“Ela estava com uma corrente de
ouro no pescoço, que ele tinha dado para ela. Ele falou: ‘então, me devolve
minha corrente’”, lembrou Elias, dizendo que, em resposta, a jovem pediu uma
pulseira que ele usava.
Terminou com Baltazar
arrebentando o presente que havia ganhado em um de seus aniversários e ambos
devolvendo os presentes. Foi quando Baltazar pegou a arma, apontou para a
cabeça de Karina e efetuou três disparos.
Logo em seguida, ele colocou a
arma em seu próprio ouvido e atirou. Baltazar morreu na hora. Já Karina estava
sentada e até conseguiu se levantar e andar um pouco antes de cair na porta da
cozinha e ser socorrida com vida.
Apesar da fé da família, o tiro
no rosto de Karina lhe causou uma lesão muito grave e a morte cerebral foi
constatada pela equipe médica do Hospital Municipal de Barra do Garças à 520 km
de Cuiabá.
A família foi informada e, com
tristeza, autorizou o desligamento dos equipamentos que mantinham viva a jovem,
mãe de dois meninos, um de sete e outros de 10 anos.
Nessa segunda-feira (04), por
volta das 14 horas, quando a ordem de desligamento seria cumprida, uma
enfermeira entrou no quarto e viu Karina mexer a mão. Assustada, ela chamou a
moça pelo nome e Karina balançou a cabeça.
A recuperação
Karina foi levada de volta para
uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde segue internada. Ela não fala, mas
já abriu os olhos e reage às pessoas ao seu redor.
O quadro clínico, segundo o pai,
ainda é grave, mas a pressão está controlada e ele acredita na recuperação da
filha.
“O que Deus fez, ele não voltar
atrás para desmanchar. Ela estava já sem vida, o médico falou que ela
ressuscitou”, ele lembra, contando que a situação levou até o médico e as
enfermeiras às lágrimas.
“‘Realmente, Deus fez um milagre,
porque não fui eu, não foi a Medicina. Eu e a Medicina não temos o que fazer
para retornar uma pessoa, quando morre cerebralmente. Mas Deus fez o milagre’”,
disse o médico, segundo palavras do pai de Karina. O Livre. (Blog
do Nilson Macedo)
(Da Redação -
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